tag:blogger.com,1999:blog-1987962154571887482024-02-20T18:46:47.777-08:00Cultura GeográficaO Cultura Geográfica tem por objetivo apresentar assuntos que fazem parte do conhecimento geográfico, mas com um diferencial: as informações são levadas ao leitor de forma atualizada, com linguagem simples e fácil entendimento, procurando enfatizar a abordagem cultural nos diversos lugares do mundo. Neste espaço você vai ver curiosidades do cotidiano, imagens de diferentes espaços, textos científicos, músicas e vídeos relacionados à geografia.Janete Amorim de Britohttp://www.blogger.com/profile/09965568367296107376noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-198796215457188748.post-36834852958350147952008-06-09T12:14:00.000-07:002008-06-09T12:32:40.865-07:00MúsicaA novidade (Herbert Viana, Bi Ribeiro, João Barone e Gilberto Gil)<br /><br />A novidade veio dar à praia, na qualidade rara de sereia<br />Metade o busto de uma deusa Maia, metade um grande rabo de baleia<br />A novidade era o máximo, do paradoxo estendido na areia <br />Alguns a desejar seus beijos de deusa <br />Outros a desejar seu rabo pra ceia<br />Ó mundo tão desigual, tudo é tão desigual, ô ô ô ô ô<br />De um lado este carnaval, de outro a fome total, ô ô ô ô ô<br />E a novidade que seria um sonho, o milagre risonho da sereia<br />Virava um pesadelo tão medonho, ali naquela praia, ali na areia<br />A novidade era a guerra entre o feliz poeta e o esfomeado<br />Estraçalhando uma sereia bonita, despedaçando o sonho pra cada ladoJanete Amorim de Britohttp://www.blogger.com/profile/09965568367296107376noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-198796215457188748.post-10134148633523219002008-06-09T12:04:00.001-07:002008-06-09T12:12:12.467-07:00Desafios culturais do mundo atual<div align="justify"> "O transporte rápido, as telecomunicaçoes instantâneas e a padronizaçao crescente dos utensílios e dos artefatos conduzem à uniformização do planeta: em toda parte os mesmos entroncamentos rodoviários, a mesma música; em toda parte jovens modelados nos mesmos jeans!</div><div align="justify"> Muitos pensavam que a desaparição da maior parte dos traços que promoviam a infinita variedade do mundo tradicional pressagiava a erosão das diferenças culturais. O que se descobre? Sociedades onde os problemas de identidade são mais envolventes do que nunca. É este paradoxo que é necessário compreender para vencer os desafios que nossas sociedades devem revelar no dominio da cultura."</div><div align="justify"> Paul Claval</div>Janete Amorim de Britohttp://www.blogger.com/profile/09965568367296107376noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-198796215457188748.post-84893273859545640732008-06-09T12:04:00.000-07:002008-06-09T12:05:41.481-07:00Desafios culturais do mundo atualJanete Amorim de Britohttp://www.blogger.com/profile/09965568367296107376noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-198796215457188748.post-63256639165611454612008-06-08T18:55:00.000-07:002008-06-08T18:57:16.594-07:00Falando sobre a geografia<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Ao longo da história a natureza foi sendo transformada pelo trabalho do homem, que passou a produzir um espaço com o objetivo de garantir sua subsistência. Esse processo de humanização tornou a natureza cada vez mais artificializada, graças ao desenvolvimento de técnicas. Expandiram-se as áreas agrícolas, desenvolveram-se as cidades, construíram-se estradas, enfim, cada vez mais novas técnicas forma sendo incorporadas ao espaço geográfico, transformando-o. Poucos lugares da superfície terrestre ainda não sofreram transformações. Porém, mesmo esses lugares, como no interior da Floresta Amazônica ou nas calotas polares, o território está diminuindo, existe ingerência política, estão sujeitos a acordos internacionais e neles atuam interesses ligados aos que buscam sua preservação e aos que desejam explorá-los de forma predatória. Ou seja, mesmo em um maio natural, aparentemente intocado, existem muitas relações políticas, econômicas, culturais e ambientais que são visíveis na paisagem. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Assim, a paisagem é somente a aparência da realidade, aquilo que nossa percepção capta. Embora as paisagens estejam impregnadas das relações sociais, econômicas e políticas travadas entre os homens, essas relações não são facilmente percebidas por todas as pessoas, sendo necessário desvenda-las para que o espaço geográfico possa ser apreendido em sua essência. Isso requer estudos, pesquisas.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Desde a Antiguidade muitos autores elaboraram estudos que podem ser considerados geográficos, embora o conhecimento fosse disperso, desarticulado, vinculado à filosofia, à matemática e às ciências da natureza. Na Grécia Antiga, Heródoto, Hipocrates e Aristóteles, entre outros, analisaram a dinâmica dos fenômenos naturais, elaboraram descrições de paisagens e estudaram a relação homem-natureza. Na Idade Media, Cláudio Ptolomeu fez importantes estudos geográficos e cartográficos registrados em sua obra <i style="">Síntese Geográfica</i>. A expansão marítima européia também proporcionou grandes avanços aos estudos geográficos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">No entanto, somente em meados do século XIX, dois pesquisadores alemães – Alexander von Humboldt (1769-1859) e Karl Ritter (1779-1859) – fundaram a geografia como ciência, ou seja, uma área do conhecimento que passou a ser pesquisada e ensinada nas universidades, com a gradativa sistematização de seu arcabouço teórico-metodológico.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">No final do século XIX, outro importante pesquisador alemão - Friedrich Ratzel (1844-1904) – definiu a geografia como ciência humana, embora na prática a tenha tratado como ciência natural. Considerou a influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade como objeto de estudo da disciplina, dando origem ao “determinismo geográfico”, influenciado pelas teorias de Lamarck e de Darwin.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">No início do século XX, um geógrafo francês – Paul Vidal de <st1:personname productid="La Blache" st="on">La Blache</st1:PersonName> (1845-1918) – passou a criticas o método puramente descritivo e a defender que a geografia se preocupasse com a relação sociedade-natureza, posicionando os seres humanos como agentes que sofrem influência do meio, mas também agem sobre ele, transformando-o. Inaugurava, em contraposição ao “determinismo geográfico”, uma corrente conhecida como “possibilismo”, ambas posteriormente rotuladas como “geografia tradicional”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Assim, até meados do século XX a grande maioria dos geógrafos se limitava a descrever as características físicas, humanas e econômicas das diversas formações socioespaciais, procurando estabelecer comparações e diferenciações entre elas. Embora tenha tido um importante desenvolvimento da geografia como ciência, a geografia tradicional nos legou um ensino escolar centrado na memorização de mapas e dados estatísticos sobre população e economia, juntamente com as características físicas de clima, relevo, vegetação e hidrografia. Essa estrutura perdurou até a segunda metade do século XX, quando a descrição das paisagens, com seus fenômenos naturais e sociais, passou a ser realizada de forma mais eficiente e atraente pela televisão, e os geógrafos se viram obrigados a buscar novos objetos de estudo que permitissem à geografia sobreviver como disciplina escolar no ensino básico e como ramificação das ciências humanas em nível universitário.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Nesse período o processo de mudança do objeto de pesquisa da disciplina teve seu marco principal na década de 1970, quando a geografia passou por um efervescente processo de renovação em suas bases teóricas e nos seus métodos de análise. Esse processo transformador teve como um dos pioneiros o geógrafo Yves Lacoste. Em 1976 ele publicou <i style="">A geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra</i>, livro que viria a balançar as estruturas da geografia tradicional. Criticava seu conteúdo ideológico a serviço dos interesses dominantes – político e econômico – e apontava caminhos para a renovação crítica. No Brasil um dos pioneiros nesse processo foi o geógrafo Milton Santos, em seu livro <i style="">Por uma geografia nova</i>, publicado em 1978.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Enquanto na França e no Brasil a renovação teve forte influencia do pensamento de esquerda, sobretudo do marxismo, nos Estados Unidos a contraposição à corrente tradicional foi a geografia quantitativa ou pragmática, que criticava a falta de pragmatismo, o atraso tecnológico da geografia tradicional e passou a utilizar sistemas matemáticos e computacionais para interpretar o espaço geográfico. Essa corrente tecnicista e utilitarista da renovação, que mascarava os conflitos e as contradições sociais denunciados pelos geógrafos críticos, era uma perspectiva conservadora, a serviço do status quo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">O fim do socialismo rela contribuiu para reduzir a influência do marxismo nas ciências humanas, o que abriu caminho para a difusão de outras correntes teórico-metodológicas na geografia crítica, como a fenomenologia e o existencialismo, ao mesmo tempo que as correntes críticas passaram a valorizar as novas tecnologias – computadores, satélites etc. – na interpretação do espaço geográfico.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Atualmente, depois de três décadas de renovação e com o avanço da globalização, o crescimento de problemas como conflitos técnicos, a questão ambiental, os movimentos terroristas, as crises financeiras etc., consolida-se a certeza de que a geografia é uma disciplina fundamental para a compreensão do mundo contemporâneo nas escalas local, nacional e mundial.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Texto extraído do livro Geografia – ensino médio, volume único; de: João Carlos Moreira e Eustáquio de Sene. Editora Scipione, 2008.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><span style="font-size: 10pt;">MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de. <i style="">Geografia –<o:p></o:p></i></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><i style=""><span style="font-size: 10pt;"><span style=""> </span>ensino médio</span></i><span style="font-size: 10pt;">. Volume único, Editora Scipione, 2008.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><span style="font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><span style="font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><span style="font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><span style="font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span></p>Janete Amorim de Britohttp://www.blogger.com/profile/09965568367296107376noreply@blogger.com0